10 de março de 2025
Por Samantha Koehler
Por Samantha Koehler
Você sabe o que é uma orquídea?
Tá na hora de testar seus conhecimentos sobre orquídeas?
As orquídeas são uma das mais de 400 famílias de plantas com flores e frutos, as angiospermas, e são chamadas oficialmente pelos botânicos de família Orchidaceae (esse “aceae” é usado para designar uma família de plantas). Por incrível que pareça, as orquídeas são parentes próximos do alho e da cebola (família Alliaceae), do aspargo (família Asparagaceae) e da babosa (família Xanthorrhoeaceae) (afe, essa última aqui é difícil de falar...).
As orquídeas apresentam uma grande diversidade de formas, tamanhos e cores, sendo o Brasil o terceiro colocado mundial em número de espécies. Para cada 10 espécies de orquídea existentes no mundo, uma ocorre no Brasil! São quase 2.500 espécies que crescem principalmente na Mata Atlântica, mas também no Cerrado, na Caatinga, nos Campos de Altitude, Campos Rupestres e na Floresta Amazônica. Há também espécies em restingas, nos Pampas e até em áreas urbanas.
As orquídeas apresentam uma grande diversidade de formas, tamanhos e cores, sendo o Brasil o terceiro colocado mundial em número de espécies. Para cada 10 espécies de orquídea existentes no mundo, uma ocorre no Brasil! São quase 2.500 espécies que crescem principalmente na Mata Atlântica, mas também no Cerrado, na Caatinga, nos Campos de Altitude, Campos Rupestres e na Floresta Amazônica. Há também espécies em restingas, nos Pampas e até em áreas urbanas.
As orquídeas são plantas com tantas formas, cores e tamanhos diferentes que a única característica que todas as espécies apresentam em comum é o protocormo (“proto” = estágio inicial de desenvolvimento e “cormo” = estrutura pequena e avolumada). Todas as plantas (musgos, samambaias, pinheiros e plantas com flores e frutos) produzem um embrião, que nada mais é do que a forma bebê da planta adulta. Nas orquídeas, o embrião não se desenvolve diretamente na planta adulta. Ele se desenvolve primeiro no protocormo, que é muito pequeno e geralmente arredondado.
Sabendo que é praticamente impossível identificar orquídeas pelos protocormos, vamos apelar para as flores. Nas orquídeas, as flores variam muito de forma, tamanho, número e cheiro, mas geralmente têm uma estrutura básica: são três sépalas (mais externas e geralmente menores), duas pétalas laterais (mais internas e geralmente maiores) e, o labelo, que é uma pétala modificada e, geralmente, a parte mais chamativa da flor das orquídeas, sendo muito diferente em relação ao tamanho, cor e formato. Mas cuidado para não confundir as flores de outras plantas, como as íris ou até mesmo as utricularias, com flores de orquídeas, que têm pétalas modificadas semelhantes às flores das orquídeas. Por isso, fique atento a outras partes das flores das orquídeas que nos ajudam a identificá-las. |
Protocormo (redondinho) da orquídea Cattleya crispa. É possível observar também as primeiras folhas e raízes (sujas de terra) já formadas. (Foto: Samantha Koehler)
Partes da flor de Cattleya labiata (Foto: Wikimedia Commons)
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Bem no centro da flor das orquídeas é possível observar a coluna, que contém as estruturas que produzem os óvulos e os grãos-de-pólen para a reprodução da orquídea. Além disso, os grãos-de-pólen das orquídeas geralmente são agrupados, formando estruturas branco-amareladas que chamamos de polínias.
Flor de Vanilla sp., a orquídea que produz a baunilha. A flor foi cortada longitudinalmente para mostrar a coluna e o local onde são produzidos os grãos-de-pólen, armazenados em polínias. (Foto: B. Navez, Wikimedia Commons)
Ilustração de uma flor de orquídea visitada por uma abelha. A legenda indica as partes da flor. Note as massas amarelas nas costas da abelha - são as polínias que foram depositadas na abelha quando ele visitou a flor. (Fonte: Nascimento, M.V. 2021. Orquídeas Nativas de Florianópolis: Conhecimento, Educação e Conservação. 2a Edição. Edição do autor). Reproduzido com a permissão do autor.
Cerca de 80% das orquídeas são epífitas, isto é, são plantas que utilizam outras plantas como suporte. Um equívoco comum é achar que essas plantas que vemos crescendo em cima das árvores são plantas parasitas, mas a maioria realmente não é. Não existe nenhum registro de orquídea que parasite árvores. Essas orquídeas epífitas apresentam raízes branquinhas bem características. O branco que vemos é parte da raiz formada por camadas de células mortas chamada de velame, que protegem as outras células vivas da raiz da orquídea contra a perda rápida de água - afinal, as raízes ficam expostas ao ar! Além disso, o velame funciona também como uma esponja, absorvendo a água da chuva rapidamente e garantindo um estoque de água extra para a orquídea.
Raízes da orquídea Gomesa crispa (Foto: Samantha Koehler)
Outras plantas epífitas que não são orquídeas podem ter velame nas raízes também, mas é comum que as orquídeas apresentam modificações nos caules chamadas de pseudobulbos. As orquídeas apresentam caules paralelos ao solo, chamados de rizomas, mas muitas espécies também apresentam espessamentos no caule chamados de pseudobulbos. Essas regiões têm a função de reter água, especialmente nas epífitas e podem ter vários formatos.
Ilustração da orquídea Cattleya purpurata (= Laelia purpurata) variedade Anelatta. É possível observar claramente o rizoma, indicado pelas setas, que é um caule horizontal. (Ilustração de Alexandre Vieira, fonte: Nascimento, M.V. 2021. Orquídeas Nativas de Florianópolis: Conhecimento, Educação e Conservação. 2a Edição. Edição do autor). Reproduzido com a permissão do autor.
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Caules de diferentes espécies de orquídeas com pseudobulbos (indicados pelas setas). (Fotos de Samantha Koehler)
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